*4-11-1857 + 20-03-2018: Será que São Carlos ressuscita depois da tempestade?

A Praça do Mercado depois da enchente

Fotos: Maurício Duch

A cidade tenta se reerguer. A Prefeitura trabalhará durante toda a noite desta terça, 20, para buscar a limpeza da Baixada do Mercado e com isso tentar dar alguma normalidade para a quarta-feira, 21. Resta saber se o município conseguirá entrar em sua rotina após esse desastre.

Lama, sujeira, carros destruídos, um cenário de guerra, é o que se encontra na Baixada do Mercado Municipal depois de mais uma chuva torrencial que castigou São Carlos. Os depoimentos parecem os mesmos, as reclamações também, assim como as promessas dos políticos que dizem buscar obras para resolver o problema, mas que pouco fazem pela cidade.

Numa loja de calçados que está na Baixada desde 1988, a água invadiu o local e fez o comerciante perder muito material. Ele ainda não contabilizou o prejuízo, mas essa não é a primeira vez que o empresário passa por esse sufoco, há anos sua loja é atingida e ninguém faz.

Um comerciante dono de uma ótica salientou que em seu estabelecimento existe uma espécie de abertura por onde a água entra quando chove nesse nível. Ele explicou que já pediu para a Prefeitura a permissão para fechar o local, mas ela não lhe foi concedida. O prejuízo estimado no local é de pelo menos R$ 200 mil.

As proteções colocadas na porta da ótica de nada adiantam, se a abertura permanece e permite que a água entre na loja.

Das duas da tarde até às 2h40 choveu em São Carlos pelo menos 69 mm. Em termos de intensidade isso representa muito porque são 69 litros de água por metro quadrado.  Somente a bacia do Gregório tem 12 km quadrados, ou seja, isso equivale a várias piscinas cheias. “Para se ter uma ideia, as lojas perderam portas metálicas, pois a água atingiu 1,40 m, isso equivale a uma tonelada e meia por metro cúbico, por isso vários carros foram arrastados e tantas lojas destruídas”, avaliou Pedro Caballero, Coordenador da Defesa Civil.

A nuvem que atingiu São Carlos tinha pelo menos 8 km de diâmetro. “Ela pegou a região da Lápis Johann Faber até a Rodoviária”, explicou.

Da Rodoviária, a nuvem se estendeu até perto do SESC, porém em outras regiões como a Santa Felícia, Damha, UFSCar, não choveu. Essa chuva foi formada por calor. “O calor causa essas chuvas de alto impacto, também ocorreram descargas atmosféricas, por isso tantos danos, como em galerias em ruas da cidade, inclusive na lateral do Mercado”, destacou.

Na região da Educativa, houve o colapso da lateral do córrego do Gregório, uma situação nova observada pela Defesa Civil. “Temos previsão de chuva rápida, aquela de fim da tarde”, salientou.

Contudo, Pedro Caballero explicou que esse tipo de tempestade não tem como se prevenir, pois a nuvem se formou muito rápido.