A dor que segue viagem: a perda do caminhoneiro Joslei Silva Couto e a difícil vida dos profissionais da estrada

A morte do caminhoneiro Joslei Silva Couto, de 43 anos, morador de São Carlos, em um grave acidente na BR-116, na Baixada do Cambão, em Euclides da Cunha (BA), comove e entristece. Ele deixa esposa, filhos e uma história interrompida no meio da estrada — uma estrada que, como tantas outras no Brasil, ainda carece de atenção, manutenção e segurança.

Joslei era mais do que um motorista profissional. Era um homem que, como milhares de caminhoneiros, enfrentava longas distâncias, dias e noites na estrada, levando sustento para casa e contribuindo para o funcionamento do país. Cada caminhão que cruza as rodovias carrega muito mais do que mercadorias: carrega sonhos, sacrifícios e esperança.

Infelizmente, as rodovias brasileiras ainda apresentam muitos desafios. A falta de sinalização adequada, os trechos perigosos e as condições irregulares do asfalto transformam o trabalho dos caminhoneiros em uma verdadeira prova de resistência. A BR-116, uma das principais vias do país, tem trechos reconhecidamente críticos, e a imprensa da Bahia tem cobrado melhorias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), especialmente na região onde ocorreu o acidente.

Não se trata apenas de uma questão de estrutura física, mas de valorização da vida e do trabalho de quem mantém o país em movimento. Cuidar das rodovias é também cuidar das pessoas que nelas circulam. É oferecer condições dignas e seguras para que histórias como a de Joslei não se repitam.

A tragédia que tirou a vida desse caminhoneiro de São Carlos não pode ser apenas mais uma entre tantas. Que sua partida sirva como um lembrete de que as estradas brasileiras precisam de mais atenção, respeito e compromisso com a segurança de todos que nelas trafegam. Joslei segue em memória — e com ele, o desejo de um Brasil em que cada viagem termine em casa, e não em luto.