A tristeza pela morte do professor José Benedito Sacomano

Sacomano foi um homem da educação

Assim como eu, José Benedito Sacomano tinha vínculo com Botucatu, gostávamos de coisas parecidas e nascemos no mesmo mês. Ele no dia 28 de outubro e eu no dia 21. Amávamos futebol, torcíamos por clubes diferentes, porém na política tínhamos pensamentos progressistas bastante parecidos e muitas vezes extremamente iguais.

Foi com uma dor profunda que meu amigo Marquinho Amaral me contou do falecimento neste sábado, 26, do professor Sacomano. Marquinho, vereador reeleito, estava muito chateado, assim como eu fiquei, porque não se vai apenas o homem José Benedito Sacomano, mas também uma ideia, uma pessoa que lutava por justiça social, que tinha bons propósitos e acima de tudo estava sempre ligado na luta pela democracia.

Trabalhei com o Alexandre, filho do professor Sacomano, um outro ser humano incrível e gentil, por isso sei bem que essa família é dotada de pessoas da melhor qualidade e a morte do querido Sacomano é um duro golpe para quem gostava de uma São Carlos mais justa, fraterna, igualitária, pois ao longo de sua trajetória, este querido professor foi também um homem da política, secretário, candidato a prefeito, bem como ocupou por muito tempo o microfone da antiga Intersom FM no emblemático Intersom Debates comandado pelo Gerson Edson Toledo Piza, o Juquita.

Com o Sacomano, vai também um pouco da história da cidade, do bom humor, das tiradas inteligentes, daquele que tinha uma visão privilegiada sobre muitos assuntos, pois sua capacidade de análise e compreensão era bastante diferenciada.

Não temos como não cair no chavão de que o seu falecimento é uma perda irreparável, porque de fato é, ele foi homem à frente do seu tempo em vários aspectos.

Uma boa lembrança que tenho do Sacomano foi num comício do então senador Eduardo Suplicy. Eu estava trabalhando e no palanque acompanhando as palavras do político quando olhei no meio da multidão e vi um homem com uma camiseta com a frase: “Queremos igualdade!”

Adivinha quem era? Isso mesmo, o professor Sacomano que até pose fez para que eu batesse a foto que depois estampou a matéria sobre a visita de Suplicy. Sacomano era exatamente assim, um homem que enxergava as oportunidades para dar seu recado à sociedade. Sua morte neste dia 26, um após o Natal, é um dos fatos mais lamentáveis deste triste ano de 2020.

Fica aqui meu carinho e solidariedade para toda a família. Que o professor Sacomano descanse em paz!

Renato Chimirri