Há cerca de dez anos atrás, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) passou a oferecer uma cota de impressão em cada disciplina que o aluno cursava. No início do mês de janeiro deste ano a universidade aderiu a um novo sistema. O fim da cota de impressão foi uma decisão do Conselho Acadêmico (CONSUN) em novembro de 2017. A medida, no entanto, não agradou aos alunos.
Até o final do semestre passado, cada estudante poderia utilizar 80 cópias por disciplina. De acordo com a universidade, a decisão de cancelar esta cota foi tomada diante do avanço da tecnologia digital e com a intenção de promover a sustentabilidade. “Além de desestimular a impressão, tem-se a preocupação com a preservação do meio ambiente” afirma o Pró-Reitor Administrativo, Professor Oto Roberto Moerschbaecher.
A desaprovação do corte do benefício pode ser notada depois do post na página do Facebook do Diretório Central dos Estudantes (DCE), no dia 12 de janeiro. Na publicação, os 128 comentários são majoritariamente contra a medida tomada pela Universidade. Segundo Lucas Ahne, presidente do DCE, muitos alunos souberam da decisão pela publicação.
Este é um dos muitos argumentos apresentados nos comentários: “o que me deixou incomodada é que não recebi nenhum e-mail informando a mudança, deixando a mim e alunos de disciplinas intensivas de verão, sendo pegos de surpresa”. Júlia Rosa, estudante de Design de Moda, diz ser contra o corte da cota de impressão e que “ainda há o sentimento de que estamos pagando uma mensalidade cada vez mais cara, para ter cada vez menos benefícios”. Lucas Ahne diz ainda que “esse foi um direito conquistado com o passar do tempo, e os alunos não querem perder, apesar de estarem pagando isso já na mensalidade”.
Constatada a desaprovação, o DCE promoveu uma reunião com os Diretórios Acadêmicos (DA’s). Na reunião, foi decidido a necessidade de um abaixo-assinado, de forma online, contra o corte da cota de cópias. Hoje, o abaixo-assinado conta com mais de 2 mil assinaturas “isso representa cerca de 20% dos alunos” afirma Ahne.
Moerschbaecher, diz que são poucos os alunos que ainda utilizavam o recurso que era oferecido pela instituição. “Diferente do que o DCE tem pensado em relação ao corte das cotas, queremos, com essa decisão, desestimular a impressão. Na verdade, a grande maioria dos alunos da Univates já tem essa percepção, pois 70% não utilizam esse mecanismo de impressão, não acessam essa disponibilidade. E, dos 30% que ainda o fazem, parte deles a utiliza parcialmente.” O Pró-Reitor diz que foi essa atitude que encorajou a Univates a fazer a retirada.
Alunos de Design e Arquitetura reivindicam o fato de possuírem trabalhos acadêmicos que exigem uma impressão diferenciada. Há também o argumento de que nem todos os professores estão adaptados com o material completamente digital.
O que dizem os alunos nas redes sociais
Foto Capa: Lucas Wendt