Costumo dizer para muita gente que o Carlos Alberto Caromano é uma espécie de patrimônio são-carlense e cheguei à conclusão que ele é mesmo. Muitas pessoas o conhecem por ter participado de muita coisa na cidade e hoje atuando como Diretor de Artes e Cultura na Prefeitura de São Carlos, Caromano é o responsável pela organização do Carnaval que é oferecido de maneira gratuita para a população desde sexta-feira no Ginásio Milton Olaio, na Praça XV e também nos distritos.
O trabalho até o momento pode ser considerado ótimo. Diversas pessoas que ouvi sobre as festividades aprovaram o que foi feito por Caromano e sua equipe dando uma clara mostra de que é possível organizar algo para a população com gentileza, leveza e sobretudo antenado com aquilo que vem acontecendo.
O Carnaval em São Carlos contempla as Marchinhas, as músicas famosas da festa, mas também abriu espaço para o Funk, um ritmo que faz a cabeça muito jovem, ou seja, a máxima de que precisamos entender o outro e o que ele gosta e pensa se fez presente nestas escolhas.
Acredito que nisto entra a sensibilidade de Caromano e assim o Carnaval foi organizado de uma maneira que, se não foi a perfeita, pois tudo pode evoluir, é uma das melhores possíveis. Aliás, muitos setores deste governo poderiam aprender com esse Carnaval a fazer determinadas coisas funcionarem. Há um esforço de muitas alas governamentais para que o evento aconteça, é verdade, porém tem gente no dia a dia que prefere puxar a sardinha somente para a sua brasa se esquecendo que se o time não for bem, o naufrágio é certo.
Caromano, sem medo de errar, é a alma do Carnaval em São Carlos atualmente e ele deve se orgulhar muito deste singelo título e espero que nas próximas festas possa aprimorar ainda mais aquilo que será oferecido para a população, pois o povo merece realmente espetáculos de qualidade.
Carlos Alberto Caromano não tem culpa quando alguém diz que a Prefeitura deveria investir o dinheiro gasto em Carnaval nas áreas de Saúde e Educação. Eu concordo que essas secretarias precisam de muita atenção e demandam altos recursos, mas quem tem que ser cobrado por isso é o prefeito e os secretários que ele nomeou para a pasta, no caso, Jôra Porfírio e Roselei Françoso, aliás, este último foi um crítico contumaz da antiga dona da pasta, a ex-reitor da UFSCar, Wanda Hoffamann e agora sente na pele como é chefiar essa nave complicada de ser conduzida, mas este é um assunto para outro artigo.
O que povo precisa entender é que diversão de qualidade para a população também representa Saúde. O lúdico é muito importante na formação das crianças e tem grande representatividade em uma Saúde Mental adequada para os adultos. Pessoas que não se divertem, não extravasam aquilo que sentem durante seus dias acabam guardando mágoas que se somam aos problemas do cotidiano e tudo se torna um fardo muito pesado para ser carregado. O Carnaval tem essa magia, durante quatro dias podemos brincar, nos divertir, ser o Pirata da Perna de Pau, a Mulher Maravilha, a Fada, a Bruxa, ser o Xandão do STF, o Zorro ou qualquer outro personagem e tenho certeza que é esse tipo de diversão que o Caromano pensou em oferecer à população, ou seja, deixar o povo usar a praça, o espaço público, como local que realmente é seu e nisto ele acertou muito.
Para encerrar deixo aos hipócritas e aqueles que veem maldade em tudo a frase de Dom Hélder Câmara, arcebispo católico, um santo para muitos, sobre o Carnaval: “Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Brinque, meu povo querido! Minha gente queridíssima. É verdade que na quarta-feira a luta recomeça, mas ao menos se pôs um pouco de sonho na realidade dura da vida!”
Renato Chimirri