Cirurgia robótica do aparelho digestivo cresce 60% em um ano

Cirurgia com robô cresce no Brasil

Chega a 2.347 o número de cirurgias do aparelho digestivo realizadas por meio da técnica robótica no Brasil, em 2018, segundo dados dos hospitais que utilizam a tecnologia no país. O crescimento em um ano é de 60%, se comparado com 2017, quando foram realizadas 1.465 cirurgias robóticas do aparelho digestivo.

 

Ao todo 41 hospitais brasileiros utilizam 66 robôs em operação.

 

Entre as indicações da robótica estão as cirurgias oncológicas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas casos de câncer de estômago atingem 35 mil pessoas ao ano no país. No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.

 

O tratamento do câncer gástrico tem a cirurgia como principal forma de cura. De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e especialista em robótica, Alexander Morrell, a operação só pode ser indicada após ampla avaliação da doença.

 

“A retirada do estômago pode ser feita de forma parcial, mantendo uma área preservada, ou pode ser retirado completamente. Lembrando que mesmo após a retirada completa o paciente continua comendo pela boca, sem necessidade de sondas e dispositivos”, explica o especialista.

 

O cirurgião ressalta que técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como a robótica, trazem mais segurança e conforto ao paciente que passa pela operação. “Com a robótica, o procedimento pode ser feito da forma mais delicada e precisa possível, com menores incisões, menor dor pós operatória, breve recuperação e retorno a rotina mais rápido”.

 

A maioria das pessoas afetadas pela doença são homens (13 mil) e 65% dos pacientes têm mais de 50 anos.

As regiões Sul e Sudeste do país são as que registram maior número de casos de câncer de estômago por habitantes. Ainda segundo o Inca, são 17 a cada 100 mil no Sul e 13/100 mil no Sudeste.

 

Historicamente foram realizados cerca de 30 mil procedimentos de cirurgia robótica no Brasil.

 

Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, menos agressivo é o tratamento. “Tem crescido muito a incidência de tumores do aparelho digestivo. Preconizamos para que haja uma visita regular ao seu médico para que haja o benefício do tratamento precoce, seja ele cirúrgico ou não”, afirma Morrell.