Depois da tempestade, São Carlos ferve com manifestação popular em frente ao Paço Municipal

Protesto na Prefeitura

Fotos: Maurício Duch

Depois da tempestade vem a bonança? Em São Carlos essa pergunta é respondida com manifestação. Depois de enfrentar uma tormenta gigante vinda do céu, o governo Airton Garcia (PSB) agora se vê às voltas com uma manifestação dos moradores de uma ocupação que fica atrás da UPA do Aracy. Diversas pessoas estiveram na porta da Prefeitura pedindo uma solução para o caso, que inclusive já na justiça um pedido de reintegração de posse da área ocupada.

Para José Altino, um dos líderes da ocupação denominada Em Busca de Um Sonho, os moradores querem ser ouvidos. “Queremos que o prefeito nos ouça, a gente vem aqui nos falam uma coisa e amanhã já é outra”, diz.

Ele afirmou que desde quando começaram as manifestações as lideranças do movimento nunca viram o prefeito Airton Garcia. “São 134 famílias que estão na ocupação, muitos como eu, estão lá há 3 anos”, revelou.

José Altino foi questionado se alguém havia lhes prometido uma coisa e ele explicou que houve uma promessa de um terreno onde as 134 famílias pudessem morar. “Agora vem com essa história de 40 lotes, não aceitamos, queremos moradia para todos os que estão lá”, afirmou.

Atualmente, os moradores vivem no local em condições precárias. Segundo José Altino salientou que o terreno não se tem rede de esgoto. “Lá é tudo fossa, não temos condições de construir esgoto”, disse. “Não queremos que passem um mel em nossa boca, mas sim moradia com dignidade”, emendou.

Advogado

O advogado Ramon Koelle que assessora as famílias do movimento de ocupação destacou que em sua opinião a Prefeitura tem feito “corpo mole” durante as negociações entre as partes. “Existe uma ordem judicial, o prefeito foi notificado para que a reintegração de posse que existe sobre a área seja realizada mediante um cronograma de realocação das famílias, com uma desocupação pacífica, mas a Prefeitura tem apresentado propostas de transferir as famílias de área sem solucionar a questão da moradia de maneira definitiva”, emendou.

Ramon criticou: “Não temos ali um campo de refugiados com pessoas sendo jogadas de um lado para o outro, as famílias precisam de uma solução definitiva para essas moradias”.

Segundo o advogado, a decisão da justiça exige o reassentamento das famílias e isso tem um significado simples que é o de conseguir moradia digna. “Não se pode construir campos de refugiados para se jogar as pessoas em situação precária e provisória, a Prefeitura apresentou, infelizmente, soluções provisórias, as famílias têm direito à uma moradia digna e não de viver na eterna provisoriedade”, advertiu.