“Renato, como você está?”, eu olhava e via aquela figura simpática se dirigindo a mim sempre com um sorriso. Daí eu respondia: “Firme que nem geleia!” Ele ria e seguia seu caminho até a sacristia para se paramentar e celebrar mais uma missa com a alegria de sempre.
Hoje é o dia do Padre e não tem como deixar de lembrar do sacerdote mais simpático que já conheci, afinal ele também faz aniversário, são 55 anos, nesta terça. Estou falando do Padre João Roberto Campanini que por mais de 20 anos foi pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima em São Carlos e que hoje está na Igreja Nossa Senhora das Graças em Araraquara.
Fui paroquiano dele por anos, sempre canto nas missas da paróquia, e aprendei a conviver com seu jeito gentil, bem humorado e também sempre disposto a ajudar alguém. O Padre João (ou Padre “Jão” como a gente costumava brincar) marcou uma época feliz na vida de muitas pessoas, pois ele tinha o conselho certo, a medida exata das palavras que podia oferecer a quem lhe procurasse.
Quantas vezes entrava desesperançado na missa, com o coração atribulado, sem saber o que fazer direito e ao ouvir suas palavras de conforto encontrava um sentido para que tudo que estava acontecendo, não? Comigo foram inúmeras situações deste tipo e o Padre João sempre acertava em cheio, pois parecia que ele estava falando com você, até quando brincava ao explicar os dias da semana e chamava o domingo de “domingo-feira”, porque todos os demais dias tinham o “feira” na complementação do nome.
Ele também tinha um jeito engraçado de pedir as coisas e a ajuda dos paroquianos. Quando fazia a cesta básica dos mais necessitados sempre falava: “Neste momento estamos precisando de feijão!” E ele dizia para a assembleia: “Vamos repetir, feijão!” Todos repetiam e ele já emendava: “Você repetiu, você se comprometeu!”
Todo mundo ria e depois o ajudava a complementar a ajuda para os mais carentes. Eu acredito que ser Padre é, sobretudo, ser sensível, amigo, companheiro e acima de tudo um motivador e guia espiritual, para ser um sacerdote se faz necessário aconselhar com ternura, deixar a vaidade de lado e acima de tudo entender a dor do outro e o Padre João sabe bem como são essas coisas, por isso cativa as pessoas que tem o prazer de conviver com ele.
Quando minha filha nasceu ele veio falar que estava precisando de um “Menino-Jesus” para o presépio vivo do Natal. Foi um orgulho, Maria Antonia foi Jesus e a encenação aconteceu de maneira perfeita, depois veio o seu batizado na Vigília Pascal, nada mais significativo para a minha Maria que se tornou filha da Igreja de Cristo na casa de Mãe que lhe empresta o nome, no santuário de Maria de Fátima e pelas mãos do Padre João.
Certamente, hoje é um dia de muita alegria por rendermos graças ao dom de todos os sacerdotes e ainda mais por podermos celebrar a vida e o aniversário natalício do Padre João Roberto Campanini, um ser iluminado, uma pessoa diferenciada. Só quem teve a oportunidade de conviver com ele sabe do que estou falando.
Feliz aniversário, meu amigo Padre João. Que Maria esteja lhe protegendo sempre, porque o senhor merece!
Renato Chimirri
