Por Cirilo Braga
Não tinha tempo ruim para Zé Carlos Lebeba, segundo seus amigos. Ele estava sempre otimista e alegre, decerto inspirado sempre pelas jornadas nos campos de futebol.
Pude vê-lo em campo no ocaso de sua carreira, meio-campista do Grêmio Esportivo na fase inicial do clube nos anos 1970. Época em que eu fazia peregrinações solitárias ao Estádio do Luisão, tornando-me um torcedor do time e também da cidade.
Foram tardes de domingo em que me juntava a uma galera na expectativa de ouvir no rádio o refrão da música do Trio Esperança: “É gol, que felicidade! O meu time é a alegria da cidade”.
Só mais tarde soube que Lebeba, nascido José Carlos Campos Penteado, era um sao- carlense que jogou pelo Arapongas do Paraná, São Carlos Clube, Vasco da Gama, Náutico Capibaribe e Vitória de Guimarães (Portugal) até encerrar a carreira no Grêmio. Em resumo: jogou futebol profissionalmente numa era em que isso era só para craques.
Ontem, Lebeba ouviu o apito final de sua jornada neste mundo, sendo convocado, decerto, para um torneio celestial. Compõe agora a constelação de seres iluminados que aos domingos nos permitiam construir castelos de areia no efêmero das alegrias do futebol.
Imagem: Homenagem do Grêmio Desportivo São-Carlense