Pesquisa da UFSCar oferece tratamento gratuito para mulheres com incontinência urinária

Incontinência urinária é estudada/Fonte da imagem: Dra. Claudiani Alves Branco Gregorin
Incontinência urinária é estudada/Fonte da imagem: Dra. Claudiani Alves Branco Gregorin

Participantes com incontinência urinária passam por avaliação e tratamento durante dois meses na Instituição

A incontinência urinária feminina é um importante problema de saúde pública. Estudos mostram que a taxa de prevalência entre as brasileiras varia de 15,3% a 35%. O problema pode afetar negativamente a qualidade de vida das mulheres nos aspectos psicológicos, sociais, físicos, pessoais e sexuais. Além disso, taxas mais altas de depressão e isolamento social estão associadas a pacientes com incontinência urinária. Diante dessa realidade, um projeto de Iniciação Científica, realizado no Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pretende traduzir para o Português um instrumento internacional que pode auxiliar os profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento mais adequados das pacientes que sofrem com o problema.

A pesquisa sobre incontinência urinária é desenvolvida pela graduanda Alice Moralez de Figueiredo, sob orientação de Patricia Driusso, docente do DFisio e coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Saúde da Mulher (Lamu) da UFSCar. De acordo com a pesquisadora, o objetivo central do projeto é traduzir, adaptar transculturalmente e validar o International Consultation on Incontinence Questionnaire – Bladder Diary (ICIQ-BD) para o Português brasileiro. Figueiredo explica que o ICIQ-BD é um diário miccional que quantifica parâmetros importantes para a compreensão de diferentes sintomas do trato urinário inferior, incluindo a frequência miccional e a incontinência urinária, podendo também ser utilizado para compreender a eficácia de tratamento em pacientes. “Desse modo, é importante termos esse instrumento traduzido e validado para podermos utilizá-lo no nosso País”, reforça a pesquisadora, acrescentando que este é o primeiro estudo brasileiro a traduzir e adaptar o ICIQ-BD.

UFSCar tem pesquisa sobre incontinência urinária
UFSCar tem pesquisa sobre incontinência urinária

Explicação da pesquisadora

Alice Figueiredo expõe que o uso de diários miccionais é fundamental para a prática clínica de profissionais de saúde que prestam assistência a mulheres com incontinência urinária e outros sintomas do trato urinário inferior. Ao traduzir o diário internacional, há redução de diferenças culturais e obstáculos linguísticos, o que contribui para o aumento do uso de diários miccionais pelos profissionais brasileiros. “Consequentemente, isso pode contribuir para a melhoria do diagnóstico e tratamento de mulheres que sofrem com incontinência urinária”, reflete a estudante da UFSCar que pesquisa a incontinência urinária feminina.

Para realizar a pesquisa, estão sendo convidadas mulheres, a partir de 18 anos, que tenham tido perda urinária nos últimos três meses, mesmo que em pequenas quantidades. As voluntárias não podem ser gestantes, puérperas até seis meses após o parto, estar com infecção do trato urinário, ter cistite, câncer urogenital atual ou anterior, doenças neurológicas ou ter feito tratamento para disfunção da musculatura do assoalho pélvico nos últimos três meses. As participantes passarão por avaliação, responderão o diário miccional e receberão tratamento durante oito semanas no Lamu da UFSCar, que fica na área Norte do Campus São Carlos. As interessadas em participar do estudo podem preencher este formulário eletrônico (https://bit.ly/interessepesquisa) ou entrar em contato pelo e-mail alicemoralez@estudante.ufscar.br ou pelo whatsapp (16) 99127-3113, até o final deste ano. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 50815915.0.0000.5504).

O que é incontinência urinária?

A incontinência urinária é um problema médico que envolve a perda involuntária de urina. Pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adultos mais velhos. Essa condição pode variar em gravidade, desde pequenos escapes de urina até perdas mais significativas.

Existem diferentes tipos de incontinência urinária, cada um com suas causas específicas:

  1. Incontinência de esforço: É a forma mais comum e ocorre quando há pressão súbita sobre a bexiga, como ao tossir, espirrar, rir, levantar objetos pesados ​​ou praticar atividades físicas. Geralmente, acontece devido a uma fraqueza nos músculos do assoalho pélvico, que são responsáveis por sustentar a bexiga.
  2. Incontinência de urgência: Nesse tipo, a pessoa sente uma necessidade súbita e forte de urinar, não conseguindo controlar o ato de urinar a tempo. Pode ser desencadeada por infecções urinárias, bexiga hiperativa ou outros problemas neurológicos que afetam os sinais de controle da bexiga.
  3. Incontinência mista: É uma combinação da incontinência de esforço e incontinência de urgência.
  4. Incontinência funcional: Ocorre em pessoas que têm dificuldades físicas ou cognitivas que as impedem de chegar ao banheiro a tempo, apesar de a bexiga estar funcionando normalmente.
  5. Incontinência por transbordamento: Neste caso, a bexiga não consegue esvaziar completamente, causando o gotejamento contínuo de urina.

As causas da incontinência urinária podem variar e incluir fatores como enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, alterações hormonais, gravidez, parto, obesidade, problemas neurológicos, infecções, entre outros. O tratamento depende do tipo e da causa da incontinência e pode incluir mudanças no estilo de vida, fisioterapia, medicamentos ou até mesmo cirurgia, em casos mais graves. Se alguém está enfrentando problemas de incontinência urinária, é importante procurar um médico para uma avaliação e tratamento adequados.

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