Laboratório de Agro-Fotônica da Embrapa compartilhará infraestrutura para fortalecer pesquisas

Embrapa está na fronteira do conhecimento

O Laboratório Nacional de Agro-Fotônica, localizado em São Carlos (SP), foi oficializado como um dos nove Laboratórios Multiusuários da Embrapa em todo o Brasil. Nesse modelo, o LANAF vai compartilhar a infraestrutura com parceiros externos, para fortalecer as atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Qualidade de Insumos; Monitoramento, remediação ambiental e sequestro de carbono no solo; Mapeamento de áreas agrícolas e agricultura de precisão; Pós -colheita e Agroindústria.

O laboratório busca atuar em toda a cadeia de produção de alimentos, até a entrega ao consumidor. As tecnologias desenvolvidas devem contribuir para o aumento da confiança dos consumidores e abertura de novos mercados internacionais, pois o foco do laboratório é atuar na segurança alimentar e segurança do alimento.

Equipe dinâmica e multidisciplinar

Criado em julho de 2021 como um dos onze integrantes do Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e único dedicado ao setor agropecuário, conta com a participação de dez Unidades da Embrapa nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Envolve 51 pesquisadores, seis pós-docs e seis instituições de ciência e tecnologia, no desenvolvimento de métodos, equipamentos e sensores.

Na avaliação do professor Stéphane Mounier, da Universidade de Toulon (França), que mantém cooperação com a Embrapa Instrumentação em ótica e fotônica, “o que chama a atenção é a experiência e a inovação, a aplicação da ótica nos solos não é uma coisa fácil. Uma equipe animada, com muitos doutorandos, muitos estudantes, a dinâmica é muito boa; uma vontade de ir mais longe na pesquisa, um potencial muito grande!”

Aplicações em campo

O Laboratório utiliza técnicas espectroscópicas, como a ressonância magnética nuclear, infravermelho, LIBS (Espectroscopia de Emissão Óptica com Plasma Induzido por Laser), fluorescência e técnicas de imagens, tanto para avaliação em laboratório como para desenvolvimento de sistemas para campo, como por exemplo, imagens aéreas, robôs com sistemas ópticos, sensores para qualidade de água.

“O LANAF é de extrema importância, extrema relevância, vai poder contribuir muito para o crescimento dessa área no Brasil como um todo, já que tem um território tão extenso e tão diverso, traz muitas possibilidades desse tipo de aplicação”, comenta Anielle Ranulfi, que atuou como pós-graduanda no laboratório e atualmente é diretora de Pesquisa da Brasil Agritest, startup parceria da Embrapa Instrumentação na classificação da qualidade de grãos de soja para o comércio internacional de forma automática.

Parcerias com o setor privado

Os laboratórios ou complexos multiusuários (LM) da Embrapa são conjuntos de equipamentos e instalações modernas, altamente especializadas, capazes de realizar testes e análises de alta complexidade científica, envolvem equipes técnicas multidisciplinares. A Empresa mantém nove LM distribuídos em sete Unidades de pesquisa de três regiões brasileiras – além do LANAF, a Embrapa Instrumentação conta com mais dois laboratórios multiusuários, o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNA) e o Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre).

“O LANAF e os demais laboratórios multiusuários de São Carlos buscam aproximar a iniciativa privada com os pesquisadores para discussão de solução de problemas; trabalhar em projetos com empresas e startups nos moldes de inovação aberta; incentivar a criação de spin-offs, além de formar profissionais que consigam atuar com a multidisciplinaridade necessária para atuar em Agro-Fotônica, Nanotecnologia e Agricultura de Precisão”, explica Débora Milori, coordenadora do LANAF e chefe adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação.

Comitê Estratégico

            Um Comitê Estratégico com cientistas e representantes do setor privado – com mandato de três anos – vai contribuir para a formulação de uma agenda estratégica; atuar na promoção do Laboratório Multiusuário; analisar demandas quando solicitado; prospectar cenários e internalizar novas tecnologias; sugerir estratégias de atuação em PD&I; e sugerir e prospectar novas fontes de captação de recursos.

            O pesquisador e ex-presidente da Embrapa Silvio Crestana está à frente do Comitê, que tem como vice-presidente o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP) Alexandre Berndt. Os demais membros são Álvaro Salles, do Instituto Matogrossense do Algodão (IMA); Ivair Gontijo, cientista brasileiro que trabalha nos Estados Unidos; Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital (Campinas – SP), e Teresa Cristina Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).