
Minha mãe partiu em 12 de outubro de 2024, em São Carlos, portanto esse é o primeiro Dia das Mães onde ela não está presente fisicamente comigo. É uma dor profunda que desmente aquela máxima de que o tempo transforma tudo em saudade. De fato, a saudade vem, mas ela se aprofunda e fica cada dia maior.
Não há um só dia, uma só hora que não pense em minha mãe e em tudo que ela poderia estar vivendo por aqui. Não adianta falar, tentar ou buscar, que fica impossível, neste momento, para a minha pessoa, aceitar que minha mãe morreu, que não posso mais escutar a voz dela por aqui, suas reclamações comigo, as risadas sinceras, os momentos de acidez e as eternas informações que só ela tinha.
A Silvana, minha mãe, era uma pessoa divertida, polêmica, capaz de gestos surpreendentes e amava incondicionalmente sua única neta, a minha filha Maria Antonia. Apenas 13 anos convivendo com a Maria neste plano foi pouco, ela merecia ver a netinha crescer, se formar, se transformar numa adulta como tem que ser, mas infelizmente isso não aconteceu e estamos aqui neste domingo, 11 de maio, Dia das Mães, sofrendo pela ausência mais sentida que temos.
O ditado clichê que as mães deveriam ser eternas se torna verdade incontestável quando você perde a sua de uma vez por todas. Passam inúmeros filmes em sua cabeça, desde a mais tenra a lembrança até o dia da partida, dos momentos em que ela lhe defendeu, aqueles que precisou lhe dar um grande “presta atenção” porque alguma coisa errada você estava fazendo. Mães são para isso, para alertar, cuidar, falar, ensinar, proteger, ser o lugar para onde você volta sempre que precisa. Infelizmente, nesta terra, hoje não tenho mais para onde voltar. Tenho que voltar a mim mesmo e aos meus pensamentos, às minhas lembranças, porque aquilo que se foi, não volta mais e se resume na palavra saudade.
Nesta semana estive no cemitério Nossa Senhora do Carmo e senti a presença espiritual dela, assim como acontece sempre em diversos locais ou atividades que estou fazendo. Sei que ela está por ali vendo tudo e todas vezes imagino o que ela diria quando tomo determinada atitude.
Porém, foi impossível segurar o choro no cemitério. Sozinho, pedia para minha mãe sair daquele local, embora eu tivesse consciência de que seu espírito não estava ali, mas sim na glória eterna, para onde todos iremos.
Se você ainda tem o privilégio de estar perto de sua mãe neste domingo, por favor, a abrace por mim, pois esse presente não tenho mais como ganhar.
Feliz dia para todas as mães!
Renato Chimirri
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