No marco do Dia da Consciência Negra, Coletividades da UFSCar fala de combate às desigualdades e Educação

Um lindo casal!
Valter Silvério, Professor Titular do Departamento de Sociologia da Universidade, analisa mudanças no Fundo Social do Pré-Sal

 

No início de novembro, ganhou visibilidade o dado de que, pela primeira vez, o número de jovens negros na Educação Superior pública brasileira (50,3% do total) é superior ao de não negros. No entanto, o indicador, fruto de políticas de ação afirmativa consolidadas a partir de 2012, pode esconder a permanência de várias desigualdades, a começar pelo fato dos negros serem 55,9% da população e, portanto, continuarem sub-representados. Os dados, do estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram, por exemplo, 55,6% da população negra estudante, entre 18 e 24 anos, no Ensino Superior, sendo que o mesmo índice para brancos é de 78,8%. Em outro nível educacional, a taxa de analfabetismo entre pessoas negras é de 9,1%, frente a 3,9% entre os brancos.

Para falar destas e muitas outras desigualdades e do papel da Educação no combate a injustiças históricas e na promoção da equidade, o terceiro episódio do podcast Coletividades da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – edição especial para o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro – traz uma conversa com Valter Roberto Silvério, Professor Titular do Departamento de Sociologia (DS) e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da UFSCar, fundador do grupo de pesquisa em Relações Étnico-Raciais no Brasil Contemporâneo, que está completando 20 anos. Participa também Hasani Eliotério dos Santos, mestrando no PPGS, com orientação de Silvério. O podcast está disponível em http://www.labi.ufscar.br/2019/11/19/coletividades-ep-03/.

Durante o programa, Silvério recupera análise que fez recentemente na 39ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), partindo de uma trajetória histórica que começa no processo de elaboração da Constituição de 1988, em que direitos de populações historicamente excluídas – como negros e indígenas – são garantidos; passa pela efetivação desses direitos em políticas públicas ao longo de diferentes governos, com destaque às leis nº 10.639/03 – que institui o ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas – e nº 12.711/12 – que estabelece cotas na Educação Superior; até chegar ao que caracteriza como um processo de desmonte dessas políticas marcado pela tensão entre Estado e Mercado, associado às disputas em torno do Fundo Social do Pré-Sal. Dos Santos, por sua vez, fala principalmente do papel da Educação, tanto para a mobilidade econômica e social dessas populações, quanto para o reconhecimento, afirmação e valorização de suas identidades.

“Coletividades” é uma parceria do PPGS com o Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da UFSCar. Os três primeiros episódios estão disponíveis no site do Laboratório (www.labi.ufscar.br) e, também, nos principais aplicativos agregadores de podcasts, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn. O contato com a equipe, inclusive para sugestão de pautas, pode ser feito pelo e-mail podcastcoletividades@gmail.com. A produção tem o apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Imagem de StockSnap por Pixabay