As enigmáticas centúrias de Nostradamus, escritas no século 16 e cercadas de metáforas, voltaram ao centro das discussões após ganharem força nas redes sociais. Trechos atribuídos ao astrólogo francês reacenderam especulações sobre possíveis acontecimentos dramáticos previstos para os últimos meses de 2025, incluindo novos conflitos, riscos astronômicos e até o retorno de uma grande doença.
Entre as interpretações mais comentadas está a menção ao encerramento de uma guerra prolongada — leitura que, para muitos, apontaria para o desgaste do confronto entre Rússia e Ucrânia. As passagens sugerem um cenário de tropas esgotadas e economias debilitadas, algo que analistas associam ao impacto dos anos de tensão no Leste Europeu.
Outro trecho que tem impulsionado debates envolve o Reino Unido. Segundo interpretações recentes, as escritas mencionam a Inglaterra em posição de destaque e cercada por disputas, o que alguns enxergam como alusão a possíveis instabilidades envolvendo o país nos próximos anos.
As centúrias também evocam a ideia de que uma antiga enfermidade poderia voltar a assombrar o mundo. A referência a uma “pestilência do passado” tem alimentado teorias sobre o surgimento de uma nova crise sanitária, embora especialistas insistam que tais versos são simbólicos e amplamente abertos a múltiplas leituras.
Entre as passagens mais dramáticas está a de um corpo celeste em rota de impacto com a Terra. Nostradamus descreve uma “bola de fogo vinda do cosmos”, o que tem sido interpretado por entusiastas como um possível anúncio de queda de asteroide — hipótese que astrônomos tratam com extremo ceticismo, já que não há indícios científicos de tal ameaça para o período.
No campo geopolítico, as profecias sugerem tensões entre grandes potências e o surgimento de uma liderança ligada ao elemento água, imagem que alguns estudiosos relacionam aos efeitos das mudanças climáticas e ao avanço do nível dos mares. Há também menções a uma possível reconfiguração da influência global, com o declínio de forças ocidentais e o fortalecimento de novos atores políticos.
Cautela com Nostradamus
Diante da avalanche de interpretações, especialistas pedem cautela. Joanne Jones, da Trusted Psychics, afirma que o frenesi atual diz mais sobre o clima emocional da sociedade do que sobre previsões reais. Segundo ela, as pessoas tendem a moldar os versos de Nostradamus conforme seus próprios medos.
“Esses escritos são carregados de metáforas. Historicamente, cada geração reinterpretou as profecias para refletir suas angústias e desafios”, destacou.
Embora as previsões despertem curiosidade, estudiosos lembram que não há base factual que comprove qualquer caráter literal nas interpretações. Para eles, o legado de Nostradamus permanece como obra literária enigmática — fascinante pela poesia, mas distante da ciência e da certeza.
Leia mais: É urgente uma política de reciclagem que funcione em São Carlos