O Partido Democrático do Povo (HDP) da Turquia elegeu hoje os dois novos líderes, Pervin Buldan e Sezai Temelli, que vão substituir a equipa presidida por Selahattin Demirtas, detido desde novembro de 2016 por acusações de terrorismo.
A eleição ocorreu no congresso do principal partido pró-curdo da Turquia, tendo os 30 mil delegados presentes na reunião eleito Pervin Buldan, ativista e deputado, e Sezai Temelli, economista, informa a página da internet do HDP. O partido, que se apresenta na vanguarda dos temas feministas, coloca nos cargos de responsabilidade um homem e uma mulher.
A eleição da nova direção tem como horizonte as cruciais eleições turcas de 2019.
O HDP é o único partido com membros no Parlamento que se opõe à ofensiva militar da Turquia no enclave sírio de Afrin, com o qual Ancara quer expulsar uma milícia curda que considera uma organização “terrorista”.
“A solução não é a guerra, é a paz”, declarou Buldan em discurso feito neste domingo para milhares de militantes. Na véspera de realizar o congresso, o HDP denunciou que 350 militantes pró-curdos teriam sido detidos pelas autoridades de Ancara desde o início da ofensiva, denominada Ramo de Oliveira.
As autoridades turcas acusam o HDP de ser a vitrine política do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), qualificado de “terrorista” pela Turquia, União Europeia e pelos Estados Unidos.
O partido, entretanto, nega as acusações. Nos últimos anos, o HDP, terceira formação mais importante no Parlamento, tem sido afetado pela detenção dos seus principais dirigentes, entre os quais se destacam Selahattin Demirtas e Serpil Kemalbay, um ex-parlamentar preso também ele por acusações de terrorismo feitas pelo regime atual.
Fonte: AFP e DN
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