Não sou engenheiro, mas sou curioso, todo o repórter tem que ser e já cobri uma infinidade de enchentes na região do Mercado Municipal e fiquei pensando: se há cheias e as obras como piscinões em outros pontos da cidade não dão conta de atenuar o problema que aflige tantos comerciantes, por que nunca se pensou em fazer com que o Gregório volte ao seu curso natural?
É claro que isso seria um processo complexo demais, envolveria muitas e justas indenizações que teriam que ser pagas para as pessoas que são donas de imóveis naquelas áreas, bem como precisaria urgentemente de um novo marco comercial na cidade, ou seja, teríamos que ver uma revolução ser feita no centro velho. Contudo, gostaria de compreender por que esse assunto nunca foi debatido? Os político tem medo?
Em São Carlos temos grandes urbanistas na USP e UFSCar, gente que está entre as melhores do Brasil e que, certamente, estaria disposta a contribuir com esse debate e mostrar se há alguma lógica em tentar deixar rio voltar ao seu trecho natural. É impossível? Parece não ser, é complexo? Isso é e muito! Afinal, há décadas São Carlos teve um processo equivocado de ocupação do solo no Centro da cidade e que agora está cobrando cada vez mais o preço através de sucessivas enchentes e destruições que sempre são noticiadas pela imprensa. Por isso, é preciso pensar em todas as soluções possíveis.
Afinal, parece que estamos à beira de ver coisas horríveis acontecerem, portanto é dever debater, pensar e tentar achar a melhor solução.
Piscinão
Já que esse governo municipal gosta de piscinões, porque não construir um ou pelo menos projetar algo do tipo onde está a Praça dos Voluntários? Um projeto de engenharia bem feito poderia segurar a água por ali e evitar enchentes em lojas ou pelo menos atenuar o problema mais à frente sem que a praça fosse destruída, pois o Piscinão poderia ser subterrâneo com a manutenção do espaço público que por sinal é mal utilizado por essa administração naquela região. Aliás, ouso dizer que nenhum governo dos últimos 30 anos obteve sucesso em fazer daquela praça um local aprazível.
Ela se transformou, infelizmente, numa área de gatunos e pedintes, além de estar, quase sempre, suja e cheia de mato.
Vale lembrar que o Piscinão por ali poderia ser subterrâneo, pois ele não precisa aparecer, mas apenas cumprir sua função.
Essas são ideias que merecem ser debatidas, pensadas e contestadas. O jornalista, muitas vezes, é um provocador de debates que busca melhorar à sua comunidade.
Pensar ainda não tira pedaço.
Renato Chimirri
