
O sábado, 6, nasceu diferente em São Carlos. Não foi o sol escaldante que chamou atenção, nem o movimento comum das manhãs de fim de semana. O que se espalhou pelo ar foi um silêncio pesado, daqueles que surgem quando uma tragédia alcança uma família — e, de alguma forma, toca toda a cidade.
A morte do homem atingido por um caminhão na rua Basílio Dibbo, no Cruzeiro do Sul, não foi apenas um acidente. Foi um rasgo na rotina, uma interrupção brusca que nos lembra o quão frágeis somos diante dos imprevistos da vida. Ele tentou impedir o avanço do veículo, talvez num reflexo de coragem, talvez num impulso de proteger aquilo que conhecia e cuidava. Em segundos, porém, tudo se desfez.
E quando uma vida se vai desse jeito, tão de repente, não é só a família que sofre. Sofremos todos. Porque cada perda em nossa comunidade é um recado silencioso de que estamos juntos — compartilhando ruas, histórias, medos, esperanças e, agora, o luto.
As sirenes que ecoaram nesta manhã não despertaram apenas a vizinhança; despertaram também um senso de humanidade que, mesmo silencioso, sempre existe entre nós. Há momentos em que nenhuma palavra serve de consolo. Mas existe algo que fala mais alto: a solidariedade que se espalha em olhares, mensagens, gestos simples, nas redes foram muitos, as pessoas estão machucadas e sentidas, como a família do rapaz. Neste momento, uma mensagem simples oferecida à família, uma oração murmurada no profundo silêncio, um abraço que não pede explicação, faz diferença, pode ser uma diferença pequena, mas tal qual o filme: ainda estamos aqui.
A tragédia expõe nossa vulnerabilidade, mas também nossa irmandade. Mostra que, apesar das diferenças, a dor nos iguala — e a compaixão nos eleva. Ela nos chama a estender a mão, mesmo que não conheçamos a vítima pessoalmente. Basta saber que era uma vida. E que agora fará muita falta.
Que São Carlos, unida neste momento de profunda tristeza, encontre em sua própria sensibilidade a força para consolar, acolher e seguir. Que a família receba não apenas condolências, mas o calor humano que, nos dias mais escuros, é a única luz capaz de aquecer.
Hoje, a cidade chora. Mas chora junta. E é dessa união silenciosa que nasce a verdadeira empatia — aquela que não se anuncia, mas que se sente.
À família do José, nossos mais profundos sentimentos. Estamos arrasados…







