São Carlos instalará placas informativas em áreas de risco de Febre Amarela

Avança a dengue em São Carlos
Avança a dengue em São Carlos

No verão o risco de transmissão da Febre Amarela é maior

A Unidade de Controle de Zoonoses e Endemias do Departamento de Vigilância em Saúde de São Carlos alerta a população para a chegada do verão, período de maior risco de transmissão da Febre Amarela. Essa preocupação se dá devido ao início do período de férias, com o aumento da circulação de pessoas não vacinadas para áreas recém afetadas pelo vírus e áreas endêmicas de ocorrência da doença, seja dentro do estado de São Paulo ou outros municípios do Brasil, mesmo em período de pandemia de COVID-19.


Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em áreas com recomendação da vacina contra Febre Amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas devem se imunizar pelo menos 10 dias antes do deslocamento.


O município de São Carlos é área com recomendação permanente da vacina contra a Febre Amarela desde o ano de 2008. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde para as pessoas que ainda não tomaram nenhuma dose.
Até o momento, a cobertura vacinal de Febre Amarela no município é de 53,77% (dados 2021).


Com o objetivo de orientar e esclarecer a população, a Unidade de Controle de Zoonoses e Endemias, vai iniciar a instalação de placas de alerta em pontos definidos como áreas de risco de transmissão de febre amarela, como áreas de mata, áreas de condomínios residenciais próximas a áreas silvestres, caracterizadas pela ocupação humana e desmatamento, como por exemplo, assentamentos, dentre outros.


A Febre Amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, cujo ciclo de vida se completa em uma semana em criadouros artificiais disponibilizados pelo homem. Vale ressaltar que o Aedes aegypti também é o vetor da Dengue, Zika e Chikungunya, arboviroses urbanas que também apresentam maior incidência no período de verão. Portanto, a população deve redobrar os cuidados para manter o ambiente livre de criadouros do vetor.


Na cidade não há nenhum caso da doença registrado em 2021. Desde 1942, não há casos de febre amarela urbana no Brasil.

DOENÇA – A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. A doença possui dois ciclos de transmissão distintos: silvestre e urbano. No ciclo silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta), os mosquitos que vivem nas copas das árvores (Haemagogus e Sabethes) são transmissores e reservatórios do vírus e os primatas não humanos (macacos) são hospedeiros e amplificadores do vírus. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.


Os macacos não transmitem a febre amarela. Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Amarela está circulando. Macacos mortos são analisados em exames específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o que aciona o alerta de cuidado com as pessoas.


Os sintomas iniciais da febre amarela são: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A única forma de prevenção da doença é a vacinação.


O estado de São Paulo vem, desde 2016, enfrentando um surto de Febre Amarela Silvestre. A maioria dos casos confirmados ocorreram em pessoas não vacinadas, que se expuseram a áreas e ou atividades de risco (ambientes silvestres ou de mata). Atualmente, todos os estados brasileiros têm recomendação para a vacina contra a Febre Amarela.