Tecumseh completa 50 anos e projeta investir R$ 75 milhões em São Carlos

Planta da Tecumseh no Jockey Club

Por Renato Chimirri

A Tecumseh do Brasil está completando 50 anos e praticamente se confunde com a história da indústria de São Carlos. Empresa das mais importantes da cidade, hoje a Tecumseh planeja dar novos passos com investimentos dá ordem de R$ 75 milhões até o ano de 2025 com o objetivo de aumentar a capacidade de produção e desenvolver a próxima geração de compressores de alta eficiência. 

A reportagem conversou com o diretor-presidente da empresa em São Carlos, Ricardo Ferreira, que explicou como serão os novos investimentos. “Basicamente, serão em novos produtos, em novos processos, temos alguns compressores que estão sendo desenvolvidos hoje e serão lançados no futuro muitos voltados para a questão do aumento da eficiência energética preconizada pelo INMETRO e isso ocorrerá não apenas no Brasil, como no resto do Mundo”, destacou.

Ricardo Ferreira explicou as transformações da Tecumseh do Brasil

Ricardo esclareceu que 40 a 50% da produção da Tecumseh é exportada. “Hoje atuamos no mercado local brasileiro, na América Latina, nos EUA e na Europa, por isso nossos compressores precisam estar em um processo de melhoria continua, necessitamos não apenas incrementar a eficiência dos produtos atuais, mas também desenvolver novos compressores que atuem em outros mercados, estamos trabalhando em engenharia, desenvolvimento e novos processos de manufatura, além disso em 2023 ou 2024 entraremos para o mercado de exportação de compressores para carros elétricos”, revelou.

Em princípio, serão produzidos e exportados esses compressores para a Europa e EUA e assim que os carros elétricos estiveram rodando pelo Brasil, Ricardo explica que a Tecumseh estará nessa empreitada. “Primeiro para o mercado externo, mas posso dizer que são várias etapas de investimento destes US$ 75 milhões até 2025”, esclareceu.

Questionado se esses novos projetos implicariam na ampliação do quadro de funcionários, Ricardo salientou que hoje a empresa tem 2.100 trabalhadores. “Acho que o tamanho da empresa, a parte física, assim como os colaboradores já é algo considerável, queremos crescer, mas estamos muito preocupados também em qualificar as pessoas que aqui trabalham com treinamentos específicos na área de engenharia, manufaturas ou outro setor para podermos garantir esses empregos e tornar esses profissionais cada vez melhores e com alta performance e se com isso vier crescimento em vendas ou em exportação ou para o mercado local, é claro que queremos crescer, mas o foco principal é aprimorar o produto e a nossa mão de obra”, ponderou.

O diretor-presidente explica que a Tecumseh mudou. “Se olharmos para quando entrei aqui em 2018 e para hoje posso dizer que melhoramos muito do que tínhamos no passado, atualmente estamos em um patamar de classe mundial hoje o TPS (Tecumseh Production System) se tornou padrão global para todas as unidades da Tecumseh ao redor do mundo”, salientou lembrando do processo concebido na planta II de São Carlos.

As plantas de São Carlos tem engenharia de desenvolvimento que cria produtos aqui e esse sistema de produção é tão importante e desenvolvido que se transformou em referência global. “Posso dizer que nosso time de manufatura é de altíssima performance e garante segurança operacional, qualidade do produto com custo competitivo, temos uma bela gestão, onde batemos o olho e entendemos o fluxo de produção coerente, com máquinas mais seguras e produzindo mais, este é um caminho que buscamos continuamente: hoje é melhor do que ontem, entretanto amanhã tem que ser melhor do que hoje”, projeta.

O pensamento de melhoria atualmente está na mente de cada colaborador da Tecumseh, especialmente na área de manufatura. “Hoje isso salta aos olhos, temos a ideia de sempre melhorar e produzir adequadamente”, esclarece.

O trabalho realizado na Tecumseh prima pela transparência onde todos sabem o que precisam fazer e qual a função que terão que desempenhar. “É claro que alguns temas precisam ser tratados com uma certa reserva, mas eu como diretor me exponho continuamente, incentivo meus diretores a fazerem isso, a visitar a fábrica, temos um plano para pessoas saberem o que está acontecendo, se determinada máquina virá para um dado setor, quais mercados estamos atacando, para onde estamos indo, queremos uma comunicação capilar, que consiste não apenas em uma palestra do diretor a cada seis meses, isso também é importante, mas o que informa as pessoas está na conversa de cada gerente com seu supervisor e vice-versa, todo mundo precisa conversar em todos os departamentos, se há alguma dúvida, incentivo a todos para levantarem a mão e perguntarem como deve ser feito determinado processo, os indicadores estão claros na fábrica desde a produção, segurança e outros setores, nada disso é escondido, aqui queremos pessoas que não trabalhem apenas com braços e pernas, mas sim com braços, pernas, corações e cérebro”, crava.

O diretor acredita que a relação da empresa com São Carlos é extremamente positiva. “Há um carinho da comunidade são-carlense com a empresa e também a companhia se importa com a cidade, não somente pelo fato de empregarmos 2.100 pessoas, famílias que retiram seu sustento aqui da empresa, mas temos pelo menos 10 mil empregos indiretos, fora os fornecedores, como fazemos questão de investir em treinamento, qualidade e segurança, entendo que a sociedade de São Carlos nos vê com bons olhos, nós trabalhamos para estarmos inseridos no contexto local da melhor forma possível”, acredita.