Nunca falei pessoalmente com o vereador Moisés Lazarine, suplente do atual Secretário de Agricultura, Paraná Filho, mas gostaria de lhe dizer que o respeito como parlamentar, mas desaprovo cabalmente sua postura ao falar sobre os professores da Rede Municipal de Ensino, sobretudo aqueles que lecionam na Escola Dalila Galli.
Hoje, 7, fiquei sabendo que a vereadora Raquel Auxiliadora pediu quebra de decoro para o referido vereador depois de suas falas na tribuna da Câmara em 31 de outubro.
Aproveito o ensejo para lhe fazer uma proposta: qual tal vossa excelência trocar de posição por uma semana com uma professora ou professor da Rede Municipal de São Carlos? Não sei se o senhor convive com profissionais da educação diariamente em sua família ou em seu círculo de amizades, mas posso dizer que eu sou casado com uma professora há quase 20 anos e que ela ficou profundamente desapontada com suas infelizes palavras. Talvez se o senhor trocasse de função com um profissional da educação pudesse ter a oportunidade de ver o quanto é difícil educar, sobretudo em uma rede que muitas vezes é caótica, que não dá as devidas condições ou então não remunera a contento essas pessoas. O professor sofre, fica doente, muitas vezes é perseguido e ainda tem que aguentar colocações infelizes….
Ser professor é um sacerdócio, o professor é aquele que abre a mente para a vida e a grande maioria, 99,9% dos educadores da rede municipal de São Carlos (falei 99%, mas dá para dizer que 100%) está empenhada em fazer com que seus alunos tenham um futuro, uma chance na vida. Os professores muitas vezes lidam com a crise que vem de casa, com o aluno que está deprimido, com aquele que passa necessidade, o senhor tem a exata noção do que é isso?
Em tempos obtusos, usar a muleta da doutrinação ideológica não parece ser o mais correto a se fazer, até porque tivemos ideologias aplicadas durante a pandemia de COVID-19 que colocaram o Brasil entre aqueles países com mais mortos por uma doença que pode ser atenuada com a vacina. A ideologia é tão cega que em São Carlos ainda temos um percentual grande de gente que acredita na barbaridade da cloroquina e prefere não se vacinar. Ideologia errada e cega simplesmente destrói.
Os professores da rede municipal de São Carlos já passaram por muitas e eles precisam ver na Câmara Municipal pessoas que estão ao seu lado e não gente que não acredita em seu trabalho.
A situação se tornou tão ridícula que o próprio Paraná Filho, o dono da cadeira na Câmara, pediu seu retorno e deve assumir no próximo dia 13, a informação foi divulgada pelo Primeira Página, do amigo Marcos Santos.
Não é mais cabível desqualificar o professor em situação onde o mesmo não tem culpa de nada. O professor ou a professora comentem erros? Claro que sim, todos nós cometemos, mas parece que esse não é o caso.
Espero que o vereador coloque a mão na consciência e veja que se equivocou, o profissional da educação merece o apoio incondicional para que possamos ter esperanças de um futuro melhor.
Chega de ataques à educação!
Renato Chimirri